Terça, 19 de dezembro de 2023
Os brasileiros são de longe, entre os estrangeiros que vivem em Portugal, os maiores contribuintes à Segurança Social do país, correspondente ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Somente em 2022, os trabalhadores oriundos do Brasil que vivem em território luso despejaram 669 milhões de euros (R$ 3,7 bilhões) nos cofres públicos portugueses.
Dados revelados pelo Observatório das Migrações, divulgado nesta segunda-feira (18/10), apontam que os brasileiros, sozinhos, respondem por 40,5% de tudo o que a Segurança Social de Portugal arrecada com os estrangeiros que trabalham no país. No total, os imigrantes recolheram 1,86 bilhão de euros (R$ 10,3 bilhões) ao governo no ano passado.
Segundo Catarina Reis de Oliveira, responsável pelo relatório do Observatório das Migrações, são os trabalhadores estrangeiros, em especial, os brasileiros, os principais responsáveis pela sustentação do sistema previdenciário de Portugal. Descontados os gastos com benefícios (256,8 milhões de euros ou R$ 1,5 bilhão), o saldo final das contribuições dos estrangeiros foi positivo em 1,6 bilhão de euros (R$ 8,9 bilhões).
Esses números, na avaliação de Catarina, servem para derrubar o mito de que os estrangeiros são atraídos por sistemas previdenciários generosos, sobrecarregando o Estado. Na verdade, em Portugal, são os imigrantes que garantem o pagamento das aposentadorias a muitos portugueses.
Os estrangeiros consomem, em benefícios como aposentadorias, apenas 7% do que contribuem. Quando se olha para o total de contribuintes que recolhem à Segurança Social, essa relação é de 15,7%. Tal disparidade ocorre porque os imigrantes estão, em maioria, na idade ativo, no mercado de trabalho. Entre os portugueses, quase 30% têm mais de 65 anos e estão aposentados.